Mais do que receitas a gastronomia faz parte da evolução cultural e histórica de um povo. Por isso, a cada semana vamos falar de um alimento específico e da sua importância na história, na cultura e no nosso organismo, claro. Também daremos dicas de saúde e de aproveitamento.

Mundo dos Sabores é um programa de rádio produzido e apresentado pelas alunas, de jornalismo, Léia Arruda e Carol Passos, editado nos laboratórios do UniBh e transmitido pela rádio Elo FM.

Acompanhe nosso programa toda segunda-feira às 15h pelo site: http://www.elofm.com.br/mundodossabores, com reprise em horários alternativos.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Feijão

Por Léia Arruda

Seja muito bem-vindo. Este é o programa “Mundo dos Sabores.” Aqui você ouve história, recebe dicas de saúde e de como aproveitar melhor o alimento. Nosso tema de hoje é o Feijão.

Não se tem uma data e uma localização certa para definir sua origem. Há indícios de sua domesticação próximo ao Peru em 10.000 a.C. e também ao sul do México em 7.000 a.C. Contudo, na história humana o feijão aparece entre os alimentos mais antigos.

O feijão também é transcultural. Os pesquisadores acreditam que a facilidade de encontrar o feijão em diversas partes do mundo é devido às várias guerras. Mas, vale lembrar que os viajantes-descobridores também ajudaram nessa disseminação. O fato é que ele aparece na história de diversos povos, como os hebraicos e os suíços. E em Roma e na Grécia o feijão participava até da política(risos). Ele era utilizado nas votações. O feijão branco correspondia ao voto Sim e o preto ao voto Não. Até os troianos consumiam essa maravilha. Há registros históricos que mostram que o feijão era o alimento preferido dos guerreiros de Tróia.

Aqui no Brasil é difícil encontrar alguém que não goste do feijão. E apesar da nossa alimentação ter mudado muito nos últimos anos, já que temos dado preferência às famosas comidas de preparo rápido, o feijão ainda está presente em pelo menos uma das principais refeições do nosso dia. Seja no almoço ou no jantar é bem difícil resisti-lo, viu? O feijão faz parte de um grupo chamado leguminosas e entre os parentes próximos estão: ervilha, favas, lentilhas, grão de bico e a soja. 

Uma família de peso, não é?! E todos eles são ótimos para a saúde e para o preparo de receitas seja das mais simples as mais sofisticadas. O preparo do feijão caseiro, por exemplo, pode diferenciar muito de região para região. Há também, à famosa feijoada, que pode ser tradicional, nordestina e até com furtos do mar. Entre as receitas feitas com feijão também então também o delicioso feijão tropeiro, o tutu de feijão e o virado à paulista

Com toda essa fartura o que não pode é desperdiçar.  Para que isso não aconteça, você pode aproveitar as sobras e transformá-las em maravilhosos bolinhos de feijão ou de feijoada; e há ainda o famoso e irresistível ‘mexidão’. 

DICAS DE SAÚDE
A cada nova pesquisa vemos que o consumo do feijão entre dos brasileiros reduziu muito. Claro que cada um tem seus motivos que vão desde a falta de tempo, para uma boa alimentação, até a necessidade de manter a boa forma. Entretanto, como temos dito é preciso manter o equilíbrio, não consumir exageradamente e nem excluir completamente. Pois, o feijão além do alto teor nutritivo que o feijão possui há também, ferro, proteínas vegetais, fósforo, cálcio, potássio e fibras.
 
E quando somado ao seu par perfeito – o arroz - temos um dos pratos brasileiros mais típicos. O feijão com arroz é uma mistura rica em carboidratos e contém quase todos os aminoácidos. Os dois se completam, pois, o que falta no arroz o feijão tem e o que falta no feijão o arroz tem. Além disso, quando o feijão é consumido sem exageros, ele auxilia no combate das doenças cardiovasculares, da obesidade e o diabetes. Então, aproveite essas dicas e insira esse alimento a sua dieta.

Por hoje é só. Estamos ansiosos para receber a sua dica e sugestão. Você pode enviar para este blog ou para o e-mail: contato@elofm.com.br.

É isso aí. Agradecemos sua companhia e esperamos por você no nosso próximo encontro. Abraços e até mais.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Arroz


Por Léia Arruda
Nosso tema de hoje é um alimento que está presente na mesa dos brasileiros todos os dias. Sabe do que estou falando? Do Arroz. Ele foi descoberto pelos cultivadores da Ásia Meridional e tem quase 10.000 anos de história. 

Seu cultivo leva o nome de Ozicultura e precisa de muita água para crescer. Por seu alto teor nutritivo é adorado por vários povos, e está presente na mesa de pelo menos 2/3 da população mundial.

Os romanos o consideravam guloseima. E a história conta que os gregos o utilizavam como medicamento no tratamento de enfermidades ginecológicas, oftalmológicas, do fígado, dos rins, e intestinos. Eles, também, o consideravam artifício de beleza. No século VI a.C., quando Alexandre Magno conquistou a Índia, ele ficou tão encantado com as qualidades do arroz que o trouxe para o ocidente.

Há quem diga que o Brasil foi o primeiro país ‘das Américas’ a cultivar o arroz. Isso aconteceu ainda na época dos Tupis - que o chamavam de milho d’água. Atualmente, o arroz é considerado uma das atividades econômica mais importante do planeta. E o Rio Grande do Sul se destaque por ser responsável pela produção de 26% do seu cultivo, no país.

A história do arroz é cheia de curiosidades e símbolos. Os chineses, por exemplo, o usavam para fazer sorvete. E também consideram o arroz símbolo de fartura e felicidade. Essa simbologia atravessou fronteiras e chegou ao Brasil. É por isso, que após as cerimônias de casamentos costumamos jogar arroz nos noivos. Uma demonstração dos votos de fertilidade e felicidade. 

No Vietnã quando morre algum camponês ele é enterrado nos arrozais.  E durante o enterro, enquanto as pessoas festejam – cantando e dançando é distribuído arroz. Já no Japão é comum que a mãe do recém-nascido de ao bebê alguns grãos de arroz mastigados. Isso significa chegada à vida.

DICAS DE SAÚDE
Como vimos o arroz está presente em várias culturas das mais variadas formas. Ele tem um sabor tão específico que pode ser consumido puro ou como cereal. Ah! Ele também é um alimento extremante versátil e pode ser utilizado no preparo de pratos salgados, como carreteiro, baião-de-dois, e doces como o arroz-doce. É o mais legal, sabe aquelas sobrinhas de arroz que muitas vezes vão para o lixo? Elas também podem ser aproveitadas no preparo de bolinho de arroz, massa para pizza, pasteizinhos. O negócio é usar a criatividade!

Afinal, não dá para ficar desperdiçando alimento, não é? O arroz é fonte de energia e rico em amido. Ele também fornece proteínas, ferro, e vitaminas B para o nosso corpo.

Ele é ingrediente comum na culinária de diversos países como nos risotos italianos e nas paellas espanholas.

Já aqui, no Brasil está presente nas nossas mesas diariamente e é perfeito principalmente quando acompanhado pelo feijão. Contudo, quando consumido sozinho é preciso cuidado, pois, pode ativar taxas de insulina e açúcar no sangue.

Bem, por hoje é só. Envie-nos sua dica e/ou sugestão para esse blog ou para o e-mail: contato@elofm.com.br.

É isso aí. Agradecemos sua companhia e esperamos por você no nosso próximo encontro. Abraços e até mais.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Macarrão


Por Léia Arruda


Você gosta de massa? Então, que tal um bom prato de macarrão? 
O macarrão é o prato mais conhecido do mundo. Tanto que em 1995 foi criado o dia mundial do macarrão que é comemorado em 25 de outubro. Aqui, no Brasi,l o evento é promovido pela Abima - Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias e tem como objetivo difundir os benefícios do macarrão.
Isso acontece porque nós somos o terceiro país do mundo onde mais se consome essa delícia. Só perdemos para a Itália e para os EUA. Falando em Itália, ao contrário do que muitos podem pensar o macarrão não surgiu por lá. Na verdade pouco se sabe sobre sua origem real. Há dados que comprovam que ele existe desde que o homem descobriu que podia moer cereais misturar com água e obter uma pasta. Uma das possíveis datas seria 2 500 a.C. De todas as histórias que se contam a mais aceitável pelos historiadores é que ele nasceu entre os árabes.
É de lá 'das arábias' o macarrão foi levado à Itália, no século XIII, mas precisamente para a Sicilia. E aí os italianos se tornaram os maiores difusores e consumidores do macarrão. Também foram eles os responsáveis por inserir a farinha de grano duro, uma espécie de trigo, e a partir daí criaram mais de 500 tipos e formatos da massa. O macarrão chegou ao Brasil em meados do século XIX, trazidos pelos primeiros imigrantes italianos.
Os chineses também fazem parte dessa história. Ainda no século XVI, um senhor chamado E-fu iniciou pesquisas de como criar o macarrão instantâneo. Aquele que fica pronto em três minutos, sabe?!  Mas foi só em 1910 que Momofuku Ando, nascido em Taiwan, conseguiu produzir um alimento nutritivo, com baixo custo, fácil de preparar e com vários sabores.
O mesmo Momofuku foi o criador o cup noodle - aquele macarrão instantâneo que vem em copos, em 1971.  A idéia para a criação surgiu em uma viagem de negócios aos EUA, onde ele viu os americanos comento chicken ramen em copos descartáveis.
Após a guerra Momofuku viu uma enorme fila de pessoas famintas esperando em frente a uma vitrine clandestina de sopa de massa. Por isso, sua ideologia era: “A paz está garantida quando não se está com fome.”
DICAS DE SAÚDE Hoje as pessoas se preocupam tanto com calorias, matemática da balança, acabamos deixando de ter uma boa alimentação. Mas, estudos comprovam que uma alimentação proveitosa também precisa incluir o prazer. E mais do prazeroso o macarrão é uma fonte saudável de energia. E cortar de uma vez os carboidratos ao invés de ajudar acaba contribuindo para problemas como irritação, dores de cabeça e cansaço físico e mental.  
Há também estudos científicos comprovam que o macarrão não engorda. E que todo ser humano precisa consumir diariamente de 6 a 11 porções de carboidratos como – massas, pães, cereais. Mas, caso você ainda tenha alguma dúvida vamos te dar alguns motivos para incluir essa delícia em seu cardápio. Caneta e papel na mão? Vamos lá!

O macarrão é: fonte de energia, fácil de fazer, barato, combina com todos os tipos de molhos, carnes e vegetais, pode ser consumido em todas as estações do ano, por todos os públicos, esta em todas as regiões do país em diversos formatos, cores e variações. Então aproveite!

É isso aí. Por hoje é só. Agradecemos sua companhia e esperamos por você no nosso próximo encontro. Abraços e até mais.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Chocolate

Por Léia Arruda


Nesta semana nosso tema é uma verdadeira tentação. Como vocês sabem estamos nos aproximando da Páscoa e apesar do sentido original dessa data ser diferente quando pensamos nesse período do ano nos somos remetidos a uma ideia docemente tentadora!
Conheço poucas pessoas capazes de resistir a delícia de hoje. E não somos uma delas, J. Sim, isso mesmo vamos falar do CHOCOLATE. 
Ele deriva de uma planta chamada cacau e a história mostra que ele já era consumido 1500 anos a.C. pelos Olmecas. Ah! Mas os índios Astecas, no México e os Maias, na América Central, também são conhecidos por utilizar essa iguaria. 
Os Maias e os Astecas adoravam o cacau. Tanto que consideravam suas sementes moeda de troca nas relações comerciais. Era um produto sagrado tanto como o ouro. Incrível não é?! Também podemos dizer que foram eles os primeiros a desenvolver o achocolatado em pó. É eles espremiam as sementes do cacau em pedras e misturavam com uma serie de coisas como água, gengibre, farinha de milho, mel, pimenta vermelha e faziam uma bebida só para as cerimônias religiosas e ocasiões especiais. Era o “Tchocolath”. Chique né?!
Quando Cristovam Colombo chegou ao “Novo Mundo” ele foi o primeiro a experimentar a deliciosa bebida. Ele, também, foi o responsável por levá-la para a Europa. Lá, claro, foi um sucesso total. Contudo, era restrita aos nobres.
O processo de industrialização consiste em secar, torrar, moer ou prensar as sementes. O chocolate pode ser encontrado na forma líquida, pastosa e sólida e pode ser branco, ao leite e meio amargo. 
O cacau chega ao Brasil por intermédio de um francês. Um tal de Luiz Frederico Warneau. As sementes foram plantadas na Bahia onde as condições climáticas foram bem favoráveis ao seu pleno desenvolvimento. Isso fez do Brasil o segundo maior produtor do cacau do mundo.
Vale lembrar que hoje, o chocolate suíço é considerado o melhor do mundo. E que a relação do chocolate com a Páscoa é tão antiga como sua história. Conta-se que há mais de 3000 anos os chineses comemoração o início da primavera com ovos, de galinha e pata, pintados. Era uma festa, pagã, pelo retorno da vida após um rigoroso inverno. A data coincide com a Páscoa cristã – que comemora a ressurreição de Cristo. O tempo disseminou a idéia do oriente no ocidente e os ovos foram substituídos por outros materiais como madeira e pedras. Após o século XX os ovos aparecem no formato de chocolate, uma jogada de mestre da indústria que estabeleceu de vez seu consumo mundial.  Desde então, ele é recheado de significados e está presente em todas as datas comemorativas. Mas, ainda prevalece na Páscoa.  
DICAS DE SAÚDE Cá entre nós, comer chocolate é muito prazeroso, não é?! E para os amantes do chocolate temos uma ótima notícia. Quando consumido de forma moderada o cacau e o chocolate amargo têm propriedades anticancerígenas. É! Ele também auxilia na circulação sanguínea, estimula as atividades celebrais e é antioxidante. Essa maravilha também contém vitaminas, cálcio, ferro e pode ser nutritiva. Perfeito, não é?! Contudo, como tudo na vida o abuso pode trazer problemas nada saudáveis como diabetes, obesidade, entre outros.
Mas, como já dissemos é preciso manter o equilíbrio. Com moderação vale aproveitar essa iguaria e caprichar no preparo de bolos, tortas, pavês, bombons, enfim usar a criatividade. Ah! O chocolate em pó pode ser substituído pelo cacau. Mas, é preciso atenção, para não errar a mão e estragar sua receita. Pois o cacau em pó é mais forte que o chocolate. Logo a quantidade é diferente.  

É isso aí. Por hoje é só. Agradecemos sua companhia e esperamos por você no nosso próximo encontro. Abraços e até mais.